segunda-feira, 25 de abril de 2011

Triste é ser um número primo...


                   



                         Triste é ser um número primo. Ele está ali, sempre sozinho. Seu coração só pode se dividir por ele mesmo, o que dá apenas uma parte, ou por 1, que dá ele mesmo. Triste é ser um número primo. Seu coração nunca poderá ser dividido por dois, nunca será feliz. Triste é ser um número primo. Há muitas pessoas tentando colocar ordem em seus familiares, porém, essa ordem nunca incluirá ser divisível por dois. Permanecerá sempre sozinho e a medida que sua família cresce e tende ao infinito, menos amigos ele encontra. O infinito é tão sem regra e tão solitário como ele se encontra agora.
 Por outro lado, nesse caso a grama do vizinho é sim mais verde. Números pares são felizes. Sempre podem dividir-se por 2.  Sempre podem ter sua vida " simplificada''. São felizes como os quadrados perfeitos que podem ter filhos gêmeos que ao serem multiplicados se tornam a 'imagem e semelhança' dos pais...

Triste é ser uma constante. Uma vida monótona e sem graça. Inveja a vida de uma variável, sempre em constante mudança, imprevisível, muitas vezes incalculável.
Como é feliz a senhorita raiz, que não conhece o lado negativo das coisas reais. Também pudera, raízes negativas só são concebíveis no mundo imaginário, onde a ordem não existe e poucos de fato o entendem. Mas quem pode imaginar que a senhorita raiz, sempre positiva, sabe o que é a distância? Logo a distância, uma das coisas mais negativas para nós, é íntima da raiz.  Quanta contradição, quanta irracionalidade envolve essa querida raiz.
Triste é ser uma equação da circunferência, que não tem liberdade. Tem que ficar nos limites do raio e tem sua casa totalmente centralizada.
                                                                   
 Feliz é ser a dona equação da reta... que se estende até o infinito e nenhum x do deu domínio pode falar nada !  Se bem que não são todas as retas que se relacionam bem entre si. Retas perpendiculares se acham pois tem um ângulo reto muito famoso e bastante estudado entre si.
                                                              Estranho é a família das retas paralelas. Um dia elas não se encontram no outro elas se encontram no infinito. Elas não tem pontos em comum... mas TEM um ponto em comum... só que ninguém vê, porque estão no infinito.  Visitam frenquentemente o psiquiatra pra resolver esse conflito interno. Aiai, essas retas que não tem limites, sorte que as suas filhas, semiretas são um pouco mais centradas e definidas!
  
E na maternidade euclidiana... mais histórias são contadas...Uma belo dia um x se apaixonou por um y e assim deram vida a uma função. Adoravam crianças. Função afim, quadrática, exponencial, elíptica, modular, hiporbólica, seno, cosseno, cossecante, tangente, cotangente... Mas como nem tudo são funções definidas...

Triste é ser uma função exponencial... por mais que se aproxime do seu objetivo, ela nunca chega lá. Não é como a família de paralelas que tem uma noção de quando elas podem chegar a se entender e ter pontos em comum, a coitada da exponencial não está infinitamente longe... e sim infinitamente perto do seu objetivo! E sempre mais perto... O que a leva a um psiquiatra também, para entender o motivo desse fracasso de vida eterno.
         Também há de se verificar de que tipo de infinito estamos falando.. Seria um infinito Natural  – embora o conceito de infinito não seja tão natural assim – ou Real? – embora de fato “infinito” não venha a ser nada além de um conceito.
 Enquanto isso as metidas irmãs função seno e cosseno ficam lá. Sempre definidas em seu domínio, com objetivos bem definidos que sempre alcançam... com ângulos correspondentes , eleição de ângulos importantes para a sociedade e até tabelinha de memorização !  E a madame tangente... fruto das duas família fica lá... Triste pois dois de seus descendentes são totalmente indeterminados. Apesar de termos uma sociedade teoricamente liberal a sua filha PI/2 ainda causa muitos murmúrios!  É... Acontece até nas melhores famílias
Triste é ser o pi... totalmente irracional e as pessoas vivem se “ aproximando’’ dele para obter resultados. A circunferência vive aproveitando da sua boa vontade, pois a danada não sabe achar suas dimensões sozinha. Aliás, a tal de circunferência é totalmente preguiçosa, não faz nada sozinha e ainda se acha uma perfeição ! Ela até chegou a acreditar que o universo girava segundo suas leis e quis MATAR Kepler quando ele a rebaixou por uma elipse.
       Por mais melancólico que possa parecer a vida alguns números, funções e formas, juntos formam o que há de mais belo, simples e objetivo: a Matemática. Números se relacionam e formam funções. Funções essas que descrevem movimentos. Equações que preveem posições. Equações que provam a inexistência. Provas que quando totalmente lógicas e verossímeis são irrefutáveis e permanecem ali, para todo sempre. Uma forma de idealização de uma verdade absoluta. Uma afirmação que não depende de ponto de vista e sim da mais pura e simples lógica, a lógica matemática. Ela pode ser vista como uma arte, embora tenha o rigor infinito como sua base. Mesmo submetidos a esse rigor – que em nenhuma outra ciência é tão acentuado – o matemático tem o direito de fazer o que vier à sua mente: criar, desenhar, refletir, aproximar, enumerar, intuir, remodelar, partir, substituir, enfim, “brincar” à vontade com seus objetos matemáticos. Desde que ele possa provar que o que ele fez é logicamente permitido, nada o prende! Dê uma chance para a Matemática entrar em sua mente, e você vai ver a beleza que ela contém!
            
“Abra a mente para a Matemática, e veja o mundo com outros olhos”


                                                                                                          O Variado

sábado, 12 de fevereiro de 2011

Carta ao meu cérebro



Querido cérebro,
            
                  Venho humildemente comunicar-lhe que a partir de agora estou realmente me mudando, vou tirar umas férias. Isso mesmo eu já tinha ido embora uma vez, mas voltei na esperança, na vã esperança de que alguma coisa poderia mudar pra mim. Simplesmente eu não nasci para isso. Sabe aqueles pulmões que não fazem seu trabalho direito e você ainda fuma pra acabar logo com qualquer chance de dar certo? Então, aqui estou eu, um coração que não serve para isso. Eu não sirvo para amar. E quanto mais esse estúpido do meu cérebro insiste em fazer com que eu me apaixone, pior ficam as coisas. Então, cérebro querido, pare de forçar a barra.  Pare de ser estúpido e concentre-se na matemática, que é só o que você faz direito. Vá fazer continhas. Vá derivar, integrar, pensar. Desiste dessa área sentimental porque está ficando patético. Estou tirando umas férias, então nem se você quiser vai poder me colocar numa enrascada dessas novamente, ouviu ? Então, aproveite esse tempo e faça com que esse ser que calcula SÓ calcule mesmo, volte com a razão que predominava nele. Volte com a lógica de uma mente ateia. Pense, seja racional.  Ser um cérebro não pressupõe ser racional ? Então faça o seu trabalho e não invente mais. Esquecer é fácil, QUERER esquecer que é o problema. Mas está decidido, eu QUERO esquecer, então trate de querer também. Você é muito engraçadinho, fica inventando moda o tempo todo , mas depois quem sofre sou eu. Dói em mim. Quem fica mal sou eu. E aí ? Eu atrapalho todo o seu funcionamento, pois infelizmente o emocional influencia mais do que deveria numa pessoa. Bem mais do que deveria. Então vamos fazer um 'combinado'. Eu dou uma saída e você restaura a rebeca aí sem mim, deixa ela como sempre foi ! Alguém que não se abala fácil. Alguém que não se apaixona fácil. Alguém que não ama fácil. Acredite, é mais seguro pra ela, porque outra dessa pode não dar pra restaurar. Enfim, é isso, estou chateado com você,  não volte a fazer isso pode ser, pare de ser estúpido. Vá brincar com os seus números e me deixe descansar. Mesmo sendo o músculo mais forte do corpo, tudo tem seu limite. Até qualquer dia, isso SE eu voltar algum dia. Aprenda a se virar, olha que ridículo, agora estou dando uma de cérebro, que vergonha ein ?

Ass: Coração.

sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

Nosso meio mundo,




" Qual a diferença de infinitamente grande e infinitamente pequeno ? Afinal, qual o tamanho do infinito? "

Dawkins conclui seu livro com uma informação que de início soou, pelo menos para mim, totalmente inconclusiva, mas após digerir tal mensagem, é surpreendente.
Nós vivemos no " mundo médio ", temos uma burca em nossas cabeças que deixa apenas determinada fresta para que nós enxerguemos o mundo. Toda a nossa percepção do mundo exterior passa por um filtro. Esse é o chamado mundo médio. Exemplificando, tem certos raios que nós não podemos ver, pois tem alta frequência. O oposto também é válido. Nós só enxergamos alguns espectros, deixando uma outra parte do mundo totalmente fora da nossa capacidade de compreensão. Por isso, temos tamanha dificuldade de estudar e até imaginar coisas infinitamente pequenas ou grandes. Defina o que é infinito ? Todos os infinitos são iguais? Tamanhos ou ideias que saem do nosso padrão médio são colocadas em outro plano. Teoria das cordas. Massa dos planetas. Velocidade da luz. Tempo. Entropia. Universo.  Ideias que sim, demoram para entrar na nossa mente. Você tem um hotel com infinitos quartos, e infinitos hóspedes. Porém quando outro hóspede quer entrar, o atendente diz que não tem vaga. Qual a solução para o problema? Problemas como esse fizeram com que muitos pensadores refletissem sobre a problemática do infinito. Geralmente, coisas muito grandes são difíceis de serem observadas,  fenômenos que demoram muito tempo para acontecer novamente. Tempo esse que não volta. Tempo esse que não se adianta. Tempo esse que ainda intriga. A... essa quarta dimensão. Já coisas muito MUUUITO pequenas, tbm de difícil visualização, tem outros poréns'. Quando algo muito pequeno é analisado, dificilmente os números são exatos, já que a própria coisa é pequena demais, e talvez improvável demais, já que o mundo médio não nos deixa ver. Porém, uma tal de teoria do caos vem para nos dizer que detalhes não podem ser ignorados. Mesmo o caos tem um padrão. Caos não é sinônimo de aleatoriedade. Uma simples, ou infitamente pequena mudança nas condições iniciais de certo fenômeno pode acarretar consequências catastróficas.  O bater de asas de uma borboleta do Brasil, pode ocasionar um terremoto no Texas. Então, como viver apenas em nossa burca ? Como não aumentá-la? Não é possível compreender o universo, mesmo que não por completo,  pelo menos um pouco mais, com essa limitação. Crenças que não nos deixam pensar logicamente podem significar burcas. Assim sendo, que não se repita o mito da caverna de Platão, temos que enxergar a realidade como ela é, de fato. Não só por proporções medianas. Não se contentar com sombras da realidade. Aprender a enxergar. Afinal, somos seres dotados de lógica, se é pecado exercer tal pensamento, entramos numa contradição lógica. Por que não fazer proveito do que nasce da gente, ( do que deus nos deu) , a racionalidade?

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Para facilitar, me chame de ateu. Copyright © 2010 Flower Garden is Designed by José Felipe for Tadpole's Notez Flower Image by Rebeca chuffi.